Seguidores

quinta-feira, 14 de junho de 2012

**APLICAÇÃO DAS PROVAS PIAGETIANAS E JOGOS LÓGICOS SIMBÓLICOS**





















**SONDAGEM E AJUDA AOS ALUNOS COM DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM**
   ( Todo matérial confeccionados por mim para estudos e estágios no curso PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E INSTITUCIONAL)
 
Provas Operatórias de Jean Piaget
 

. Prova – Conservação de conjuntos

Material - 10 Círculos vermelhos, 10 círculos azuis.
O objetivo desta prova é avaliar a percepção da criança frente aos objetos de diferentes cores posicionadas em linhas paralelas. Deste modo poderemos observar a noção de quantidade na visão da criança.
Critérios de aplicação - Para tornar a prova atrativa para a criança é importante utilizar uma linguagem que seja compreensível aos seus padrões, por exemplo, estórias infantis, brincadeiras, etc. Após esta introdução são colocados os círculos em seqüência de cores:
 
Tem a mesma coisa?
 
Onde tem mais?
Avaliação:
Não conservativo - 4 a 5 anos
Nesta fase quando afastamos os círculos a criança tem a percepção mais apurada de tamanho do que quantidade, logo a fileira vermelha possui mais círculos do que a fileira azul.
Intermediário
As respostas não têm justificativas completas, mudando conforme as aplicações de cada prova.
Conservativo - a partir de 5 anos
A criança já possui alguma noção de quantidade, e até justifica o óbvio.

. Prova – Conservação da superfície
Material - 02 pranchas verdes retangulares de 20x25 cm, 16 quadrados vermelhos de 4x4 cm, 2 vaquinhas.
O objetivo desta prova é avaliar a percepção da criança frente à quantidade de ração colocada em dois pastos diferentes.
Critérios de aplicação - São montados dois pastos com uma vaquinha em cada, sendo que no primeiro a disposição da ração, em termos de quantidade, é diferente do segundo. Podem ser aplicados alguns termos lúdicos para melhorar a capacidade de entendimento da criança.
Em qual dos pastos a vaquinha comeu mais?

Avaliação:
Não conservativo - 4 a 5 anos
Nesta fase quando afastamos os círculos a criança tem a percepção mais apurada de tamanho do que quantidade, logo a fileira vermelha possui mais círculos do que a fileira azul.
Intermediário
As respostas não têm justificativas completas, mudando conforme as aplicações de cada prova.
Conservativo - a partir de 5 anos
A criança já possui alguma noção de quantidade, e até justifica o óbvio.
 


. Prova – Conservação de quantidade de líquidos

Material – Copinhos de vidros
O objetivo é avaliar a percepção da criança sobre a conservação de quantidade de líquidos usando recipientes diferentes, sempre a estimulando a manter o mesmo raciocínio em todas as provas.
Critérios de aplicação - Iniciamos a prova com dois recipientes do mesmo tamanho com cores de líquidos diferentes A1 e A2. Depois transferimos o liquido A2 para o recipiente B, em seguida para o recipiente C, e para os quatros recipientes com dimensões iguais D1, D2, D3 E D4. Sempre perguntando a criança se possui a mesma quantidade quando mudamos de recipiente.
Avaliação:
Não Conservativo - 5 a 6 anos
Quando mudamos de recipiente a criança tende a responder que a quantidade é diferente.
Intermediário
As respostas não têm justificativas completas, mudando conforme as aplicações de cada prova.
Conservativo – a partir de 7 anos
Nesta fase a justificativa da criança é mais convicta, entendendo que a quantidade de líquidos não muda apesar da troca de recipientes.

. Prova – Conservação de quantidade de matéria

Material – 1 caixa de massa de modelar com 12 unidades.
O objetivo é avaliar a maneira com que a criança distingue a quantidade de matéria em formas distintas.
Critérios de aplicação – Para entrarmos no universo da criança, utilizamos a massinha e montamos em duas bolas com cores diferentes, fazendo-a entender que possuem o mesmo tamanho. Em seguida montamos uma bola em diversas figuras do dia a dia e perguntamos a criança onde tem mais ou qual é o maior. Exemplos: Chocolates, salsichas, pizzas, etc...
Avaliação:
Não conservativo – 5 a 6 anos
A criança nega que a quantidade de massa continue igual, pois as formas são diferentes, não relacionando as situações.
Intermediário
As respostas não têm justificativas completas, mudando conforme as aplicações de cada prova.
Conservativo – a partir de 7 anos
Nesta etapa a criança possui uma percepção maior, tendo respostas mais concretas quanto à quantidade de matéria de cada figura.

. Prova – Conservação de Peso

Material – 1 balança com 2 pratos
O objetivo é avaliar qual entendimento da criança quando o assunto é peso.
Critério de aplicação – Utilizamos uma balança com dois pratos e figuras em massinha com cores diferentes, mudando sempre as formas para avaliar a compreensão de diferenciação de peso. Pedindo para que a criança tente fazer com que as figuras tenham o mesmo peso.
Avaliação:
Não Conservativa – 6 a 7 anos
Nesta fase, a criança define que cada figura tem pesos diferentes, a julgar pelo seu tamanho.
Intermediário
As respostas não têm justificativas completas, mudando conforme as aplicações de cada prova.
Conservativa – a partir dos 8 anos
Nesta fase a criança já é capaz de desenvolver raciocínios diferentes para uma mesma resposta.

 
. Prova – Conservação de Volumes

Material – Copinhos de vidros
O objetivo é avaliar a capacidade da criança em se deparar com dois recipientes diferentes e tentar colocá-los com a mesma quantidade de líquidos.
Critérios de aplicação – Pedimos à criança que observasse a quantidade de água no recipiente A e logo em seguida tentasse colocar o mesmo volume no recipiente B.
Avaliação:
Não Conservativo – 5 a 6 anos
Tendem a entender que colocar a água no recipiente B na mesma altura do recipiente A terá o mesmo volume.
Intermediário
As respostas não têm justificativas completas, mudando conforme as aplicações de cada prova.
Conservativo – a partir de 7 anos
Tendem a acertar, observando que o recipiente A por ser mais largo terá que acrescentar mais água no recipiente B; uma vez que a criança já diferencia aspectos e é capz de "refazer" a ação.
  

. Prova - Conservação de comprimento

Material - uma correntinha de 10 cm e outra de 15 cm.
O objetivo é perceber a noção de comprimento que a criança possui.
Critério de aplicação - Colocamos duas correntinhas de tamanhos diferentes, paralelas, sendo que A > que B. Apartir de uma história lúdica, pergunta-se a criança: "Qual estradinha andaríamos mais em A ou em B?. Na segunda figura utiliza o mesmo tamanho das correntinhas do exemplo anterior, só que desta vez,a disposição entre A e B são iguais. Faz-se uma nova pergunta: " E agora onde a gente anda mais?"Conforme ilustração.
Avaliação:
Não Conservativo – 6 a 7 anos
A criança tende a não observar os comprimentos e justifica que as disposições são idênticas.
Intermediário
As respostas não têm justificativas completas, mudando conforme as aplicações de cada prova.
Conservativo – a partir de 8 anos
Tende a responder que A é > que B, se colocarmos ele novamente em linha reta.


. Prova - Mudança de critérios

Material - 1 caixa de papelão de 12x12x5cm de altura; 6 círculos pequenos azuis; 6 círculos grandes e vermelhos; 6 quadrados pequenos vermelhos; 6 quadrados pequenos azuis; 6 quadrados grandes vermelhos; 6 quadrados grandes azuis.
O objetivo é avaliar a separação de objetos por cores e formas.
Critério de aplicação - Apresenta para a criança as formas com cores diferentes.
Primeiro pede para ela separar da maneira que ela desejar, depois pergunta, qual critério ela usou para separar?
Avaliação:
Não Conservativo – 4 a 5 anos
As crianças mudam de critério muito rápido. Elas justificam pela cor ou pela forma.
Intermediário
As respostas não têm justificativas completas, mudando conforme as aplicações de cada prova.
Conservativo – a partir de 8 anos
Ela separa as formas, justificando que é uma nova figura.Exemplos: Porque com essas formas monto uma casa e com essas um carro.

. Prova – Inclusão de classes

Material – 10 margaridas, 3 rosas
O objetivo é avaliar a capacidade de entender que tanto margaridas quanto rosas pertencem a mesma classe de flores.
Critérios de aplicação – Mostrar as margaridas e as rosas e perguntar: Se fizermos um buquê de flores, existem mais flores ou mais margaridas? Podem-se mudar as perguntas para induzir a criança ao erro.
Avaliação:
Não Conservativo – 5 a 6 anos
A criança não entende que tanto as rosas quanto as margaridas são flores, então ela tende a responder que tem mais margaridas do que as rosas.
Intermediário
As respostas não têm justificativas completas, mudando conforme as aplicações de cada prova.
Conservativo – a partir de 7 anos
Todas as respostas são corretas, mas elas se espantam com a 1a pergunta: "Nesse ramos tem mais margaridas ou mais flores?".



. Prova - Seriação de palitos

Material - uma série de 11 palitos graduados.
O objetivo é observar se a criança tem noção de altura e tamanho.
Critério de aplicação – Estimula-se a criança com uma história, pedindo, que ela faça uma escada com os palitos. Avaliar como ela escolhe cada bastão e a ordem na qual ela arranja. Se a criança acerta, entrega os palitos em desordem e avisa que vai montar a escada e pede para que ela entregue em seqüência para você. Avaliar os critérios que ela usa para escolher a ordem.
Avaliação:
Não Conservativo – 3 a 4 anos
Não entende a ordem dos palitos e monta por ordem horizontal ou vertical e não se atenta com bases.
Intermediário
As respostas não têm justificativas completas, mudando conforme as aplicações de cada prova.
Conservativo – a partir de 6 anos
A criança entende e começa a separar só os menores ou maiores primeiro e depois os coloca em ordem verticalmente ou dispondo-o sobre uma linha de base.




Prova de intersecção de classes

1. Descrição do material
3 classes de ficha:
5 círculos amarelos
5 círculos azuis
5 quadrados azuis
1 prancha de cartão, onde estão desenhados dois círculos, um preto e um verde, que se entrecruzam, delimitando três partes, uma das quais é comum aos 2 círculos.

2. Execução
O avaliador coloca as fichas dentro dos círculos que se cortam, as fichas amarelas e os quadrados azuis nas partes laterais e as fichas redondas azuis na parte comum.
Pede-se à criança que nomeia as fichas e suas características e pergunta-se:
1. Por que você acha que colocamos estas fichas redondas azuis no meio?
A seguir, o avaliador faz as perguntas abaixo:
2. Existem aqui mais fichas amarelas ou mais fichas azuis, ou existem número igual?
3. Existem aqui mais fichas quadradas ou mais fichas redondas, ou existe número igual?
4. Você acha que tem mais, menos ou mesmo tanto de fichas redondas ou fichas azuis? Como você sabe? Pode me mostrar? Pergunta de inclusão; (as quadradas estão incluídas nas azuis; portanto, as azuis estão em maior quantidade que as quadradas). O avaliador deve anotar as respostas da criança na ficha.
5. Você acha que tem mais, menos ou o mesmo tanto de fichas redondas ou azuis? Como você sabe? Pode me mostrar? Pergunta de intersecção; as fichas da intersecção são incluídas tanto nas azuis quanto nas redondas; portanto, tem a mesma quantidade.

Perguntas suplementares
Se a criança não acerta as principais perguntas, o avaliador formula as perguntas suplementares que recaem sobre os conteúdos dos círculos e de sua intersecção: “O que há no círculo negro? Mostra-me. E no círculo verde?


Avaliação
Resposta de nível 1 – intuitivo global. A criança é capaz de constatar com acerto as perguntas que recaem sobre as classes não relacionadas (2 e 3), mas ainda não pode compreender as perguntas referentes à inclusão e a intersecção. Tampouco tem êxito nas perguntas suplementares porque não leva em conta o conteúdo da intersecção.
Exemplo: O que há no círculo verde? R: redondas azuis. O que há no círculo preto? R: quadradas azuis.


Resposta de nível 2 – intuitivo articulado. A partir deste nível observam-se êxitos nas perguntas suplementares (a criança se dá conta de que dentro de um círculo estão todas as fichas redondas e dentro do outro círculo estão todas as fichas azuis). Frente às perguntas 4 e 5, ou seja, de inclusão e de intersecção, a criança tem dúvida e pode responder corretamente ou não a alguma das duas perguntas.


Respostas de nível 3 – operatório concreto. A criança deste nível de pensamento tem acerto preciso desde o primeiro momento, a todas as perguntas: classes não selecionadas (2 e 3), de inclusão (4) e de intersecção (5).




Prova de quantificação da inclusão de classes

A) Descrição do material
1. ramo com: 10 margaridas e 3 rosas vermelhas

B) Execução
O avaliador faz com que a criança nomeie as flores e assegura-se de que conhece o termo genérico – flores: “As margaridas são flores?” “As rosas são flores?” “Você conhece outras flores? Quais?”

O avaliador era formulando as seguintes perguntas e anotando as respostas da criança.
1. Neste ramo há mais margaridas ou mais flores? Depois da resposta da criança pergunta-se: “Como você sabe? Se a criança responde “rosas” (ou de rosas), pede-se à ela que repita a pergunta que foi formulada, em caso de erro, o avaliador repete a pergunta.
2. Existem duas crianças que querem fazer ramos. Uma faz um ramo com margaridas e me dá o ramo; a outra faz um ramo com flores. Qual o ramo que é maior?
3. Se eu te dou as margaridas, o que sobra no meu ramo?
4. Se eu te dou as flores, o que sobra no meu ramo?
5. Eu vou fazer um ramo com todas as margaridas e você vai fazer um ramo com todas as flores. Quem terá o ramo maior? Como você sabe?

C) Avaliação
Resposta de nível 1 – ausência da quantificação da inclusão, 5/6 anos. A criança se mostra incapaz de comparar o número e elementos de uma sub-classe com o de uma classe mais geral em que está incluída, procede sistematicamente à comparação das duas sub-classes e responde, então, que há mais margaridas do que flores. Quando se faz a pergunta: “mais margaridas do que o quê?”, geralmente responde: “Mais margaridas do que rosas. Neste nível as perguntas que recaem sobre a subtração das sub-classes dão lugar, às vezes, a fracassos. (perguntas 3 e 4)


Resposta de nível 2 – condutas intermediárias: se observam poucas condutas intermediárias. Notam-se por parte da criança na pergunta: há mais margaridas ou mais flores? A criança, às vezes, responde: “é o mesmo”, justificando esta resposta com o argumento: “as margaridas também são flores!” Neste nível o avaliador contesta bem as perguntas 3 e 4.


Resposta de nível 3 – solução da inclusão quantificativa, a partir de 7/8 anos. Todas as perguntas recebem repostas corretas, ainda que, às vezes, se observem dúvidas é estranheza no primeiro enunciado da pergunta 1.
 
Bibliografia:
SAMPAIO, Simaia. Manual Prático do Diagnóstico Psicopedagógico Clínico. Rio de Janeiro, Editora WAK, 2009.
VISCA, Jorge. El diagnostico operatorio em la practica psicopedagogica. Buenos Aires, Ag.Serv,G,. 1995.


8 comentários:

  1. Amei a sua página.Estou concluindo o curso de psicopedagogia clínica e quero confeccionar o meu próprio material. Parabéns pela iniciativa de publicar essas orientações.

    Abraço!!!!!!

    ResponderExcluir
  2. Gostei muito desta página, sou psicopedagogica e estou iniciando a atender crianças com dificuldade na coordenação motora fina e preciso de varias sugesto~es de atividades. grata

    ResponderExcluir
  3. Sou pedagoga e amei o seu blog. É muito bom poder contar com mais este material de apoio. Obrigada!

    ResponderExcluir
  4. Olá!
    Gostei muito do post! Vc reuniu informações úteis de uma maneira prática e didática... Parabéns e obrigada por compartilhar seu conteúdo conosco!
    Abç,
    Amanda
    http://todomundogostadebrincar.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
  5. achei a mais pratica e completa orientaçao, estou fazendo estagio de neuropsicopedagogia clinica e sua orientação clariou e muito ...Deus te abençoe por compartilhar......grande abraço!!!..Sou prof. coruja

    ResponderExcluir
  6. ADOREI SUA PÁGINA! QUERIA SABER AS MEDIDAS DOS PALITOS POIS QUERO CONFECCIONAR MINHA PRÓPRA CAIXA, SOU PSCOPEDAGOGA TAMBÉM. VISTE MINHA PÁGINA https://www.facebook.com/DivamaranhaoProfissional/?ref=aymt_homepage_panel
    Será um prazer ter você como parceira!

    ResponderExcluir